Ibaneis afasta servidores da Novacap alvos do MP e sai em defesa da estatal
Governador defendeu papel da Novacap para a manutenção do Distrito Federal e disse que não vai “aliviar” para quem “errou”
atualizado
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O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que determinou o afastamento dos servidores da Companhia Urbanizadora da Capital (Novacap) investigados por supostamente favorecerem empresários em troca de propina.
“Se alguém praticou erro, o Ministério Público está mais que no direito de ir atrás e investigar. Espero que, se praticou, seja condenado”, afirmou Ibaneis, nesta quinta-feira (12/6).
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), cumpriu 26 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e no Piauí, nesta quinta-feira, durante a fase ostensiva da Operação Coringa. O Gaeco investiga suposto esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de cartel envolvendo servidores da Novacap e empresários.
O governador disse que não vai “aliviar” para servidor que eventualmente tenha cometido crime e ressaltou a importância da companhia para o Distrito Federal. Ibaneis afirmou que a Novacap é a responsável pela manutenção de todas as cidades e por grandes obras. E, segundo o gestor distrital, em razão desse trabalho, a companhia representa uma das maiores despesas do governo, com contratos milionários.
“A Novacap é quem faz calçada, quem troca asfalto, quem poda as árvores. Uma das maiores despesas que nós temos no governo, depois do transporte, é com a Novacap, porque a empresa faz a manutenção em todas as cidades. Não se consegue manter a cidade se não for a Novacap. Neste ano, devemos gastar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 1,8 bilhão, porque tenho que trocar asfalto, manter a cidade bonita como está – e tudo isso acontece via Novacap”, declarou Ibaneis.
Os funcionários públicos investigados são Renato Sousa Santanna, Eliane Bonifácio de Moraes Soares, Sosthenes Oliveira da Paz e Aurélio Rodrigues de Castro.
Entre 2021 e 2022, as empresas alvo da apuração receberam R$ 316 milhões, dos quais R$ 112 milhões teriam sido liberados com interferência de Francisco José da Costa, conhecido como Chiquinho, ex-diretor financeiro da estatal.
Chiquinho é servidor concursado da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), mas estava cedido para a Novacap. A Justiça determinou o afastamento de Chiquinho da função pública.
A decisão judicial também bloqueou bens móveis e imóveis dos investigados, R$ 1 milhão em contas bancárias, uma aeronave e uma embarcação.