O “susto” de Motta no governo com o IOF
Segundo aliados, Hugo Motta pautou a urgência do projeto que derruba novas alíquotas do IOF com objetivo de dar um “susto” no governo Lula
atualizado
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Aliados do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), dizem que decidiu usar a urgência do projeto que derruba as novas alíquotas do IOF para dar um “susto” no governo Lula.
A decisão de pautar o requerimento foi tomada por Motta durante a reunião de líderes desta quinta-feira (12/6). O acordo prevê a votação, por ora, apenas do regime de urgência.
Assim, Motta ganha uma “carta na manga” para pressionar o governo. Com a urgência aprovada, o projeto para derrubar as novas regras do IOF pode ser votado no plenário da Câmara a qualquer momento.
Segundo aliados de Motta, a urgência já mira, inclusive, o novo decreto do governo, emitido na quarta-feira (11/6) junto da medida provisória (MP) que muda tributações sobre aplicações financeiras.
O entendimento do Centrão é o de que a derrubada desse novo decreto zeraria o jogo, retomando as alíquotas de abril do IOF. A tese, porém, é questionada por algumas lideranças petistas.
Por que Motta está incomodado com governo
O principal motivo para o incômodo de Motta e lideranças do Centrão com o governo não é propriamente a alta do IOF, mas, sim, o atraso no pagamento das emendas parlamentares.
O Palácio do Planalto alega que o calendário de pagamento das emendas teve de mudar, uma vez que o Orçamento da União de 2025 foi aprovado pelo Congresso Nacional apenas em abril.
Motta acena a bolsonaristas
Além do “susto” ao governo, interlocutores de Motta viram a decisão dele de pautar a urgência como mais um “gesto” do presidente da Câmara para a bancada bolsonarista da Casa.
Segundo apurou a coluna, Motta pautou o assunto na reunião de líderes da quinta após o PL de Jair Bolsonaro avisar que havia protocolado um novo projeto para revogar as mudanças do IOF.
Ficaram ao lado dos bolsonaristas alguns dos partidos do Centrão que têm ministérios no governo Lula, como União e PP. O PSD de Gilberto Kassab, por sua vez, pediu mais tempo antes de a urgência ser votada.