Auditores da Receita Federal cobram saída do chefe do órgão
Unafisco acusa secretário da Receita de atuar contra auditores e pede intervenção do Ministério da Fazenda para reverter crise no órgão
atualizado
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A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) pediu a saída imediata do secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, após o fim da greve dos auditores fiscais, suspensa por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A associação acusa o chefe do órgão de atuar contra os próprios servidores e questiona o papel da Advocacia-Geral da União (AGU) durante a paralisação.
De acordo com a Unafisco, o governo federal usou juridicamente a AGU para pressionar a categoria, provocando desequilíbrio entre auditores fiscais e procuradores da Fazenda Nacional, ambos subordinados ao Ministério da Fazenda.
Segundo a associação, enquanto os procuradores foram contemplados com reajustes salariais e benefícios, as reivindicações dos auditores permanecem sem resposta.
A associação sustenta que o secretário Barreirinhas teria mantido contato direto com a AGU, fornecendo documentos e argumentos técnicos sobre os impactos da greve na arrecadação, que embasaram o pedido judicial que resultou na suspensão da mobilização na última sexta-feira (6).
“A Receita virou braço técnico da repressão contra seus próprios servidores, enquanto os procuradores da Fazenda são usados como tropa de choque jurídica contra os auditores”, afirma a Unafisco.
A associação também aponta que “a simetria entre as duas carreiras, ambas sob o guarda-chuva do Ministério da Fazenda, foi rompida com o aval do próprio secretário”.
A Unafisco alega que Barreirinhas não participou de nenhuma reunião oficial com o ministro Fernando Haddad para tentar resolver o ime. A atual gestão também é responsabilizada por perdas na arrecadação e falhas no programa do Imposto de Renda.
Para a entidade, a permanência de Barreirinhas representa risco ao funcionamento e à credibilidade da Receita Federal. O alerta é claro: “É hora de rever urgentemente a condução da Receita antes que a arrecadação e a governabilidade entrem em colapso”.